sexta-feira, fevereiro 06, 2009

ESCLEROSE MÚLTIPLA E ACTIVIDADE FISICA

A EM é uma doença neurológica cronica que afecta a substância branca e, em menor grau, a substância cinzenta do sistema nervoso central (KIESEIER e WIENDL, 2006).
A perda de mielina observada em lesões na EM leva a falha na propagação de potenciais de acção axonais, sendo a principal causa de sinais e sintomas clínicos característicos da doença. Tais lesões são disseminadas em espaço e tempo, caracterizando períodos de surto e remissão dos sintomas (EM recorrente-remitente) ou, ainda, pela progressão ininterrupta da doença (EM progressiva). Desse modo, o curso da doença passa a ser imprevisível em cada paciente (SORENSEN, 2005; KIESEIER e WIENDL, 2006).

Embora sua origem não seja comprovada, é provável que a EM ocorra por combinação de factores genéticos, infecciosos, ambientais e auto-imunes.
Ela acomete principalmente mulheres, entre 20 e 40 anos, no seu período de maior produtividade. A prevalência da doença é variável em diferentes regiões do planeta.
Considerando o crescente número de pesquisas com exercícios físicos para pessoas com EM e sua consequente indicação para a promoção de saúde e qualidade de vida dessas pessoas, apresento algumas directrizes básicas que considero pertinentes para a orientação de exercícios físicos para essa população.
Considerando as capacidades, limitações e objectivos pessoais de cada indivíduo pode-se estabelecer o programa mais adequado de exercícios físicos.
De maneira geral recomenda-se exercícios de volume e intensidade moderada, com sessões em dias intercalados que permitam uma boa recuperação.
TREINO AERÓBIO
Os programas para desenvolvimento da capacidade aeróbia de pessoas com EM, incorporam as orientações do ACSM (POLLOCK et al, 1998).
Nos estudos realizados, encontram-se as recomendações:
Frequência de treino, pelo menos 3 dias por semana.
Intensidade de treino, 60 a 70% da frequência cardíaca máxima.
Duração do treino, 30 minutos de actividade aeróbica contínua ou intervalada.
TREINO FORÇA
Frequência de treino, 2 a 3 sessões semanais.
Volume de treino, de 8 a 10 exercícios resistidos dinâmicos que envolvam grandes grupos musculares.
Series e repetições por exercício, 2 a 3 series com 8 a 12 repetições.
FLEXIBILIDADE
As orientações básicas do ACSM são de que exercícios de flexibilidade sejam incorporados à rotina de exercícios e permitam o desenvolvimento ou manutenção da amplitude de movimento articular.
Os exercícios deverão incluir os principais grupos musculares, com frequência de 2 a 3 vezes por semana (POLLOCK et al, 1998).
O alongamento é recomendado antes e depois da sessão de exercícios.
O alongamento deve ser realizado de maneira lenta e confortável.
Cada posição deve ser mantida por 20-60 segundos para máximo benefício (WHITE e DRESSENDORFER, 2004).
OUTRAS RECOMENDAÇÕES:
- Controlar a fadiga.
- Elaborar o programa contemplando a alternância de períodos de esforço e descanso.
- Dar preferençia ao horário do dia em que o aluno menos sinta os efeitos da fadiga.
- Cuidados para evitar o aumento da temperatura corporal.
- Evitar exercícios com alta velocidade de contracção
- Estabelecer o programa de treino de acordo com as capacidades do aluno.
- Manter diálogo constante com o aluno.
Esse hábito possibilitará ao profissional o reconhecimento da fadiga.